Doações vão bancar casa de atendimento a crianças com câncer terminal

31/10/2013 08:34

 

Inaugurado no dia 1º de outubro, uma casa para tratar crianças com câncer em fase terminal só deve receber seu primeiro paciente no próximo dia 7, quando abrirá suas portas não só ao doente, mas também a seus familiares, autorizados a viver no local. Ao custo de R$ 2,8 milhões, o espaço de 200 metros quadrados em Itaquera, zona leste de São Paulo, vai precisar de doações para atender simultaneamente os três pacientes que pretende.

Idealizador do projeto, o oncologista pediátrico Sidnei Epelman recebeu o iG na casa, projetada para oferecer a crianças e adolescentes carentes o mesmo tratamento recebido por Francesco Beira, morto aos 11 anos, vitima de um câncer no cérebro em 2011. Desenganado pelos médicos, o filho do empresário Waldir Beira Júnior, 48, e da psicóloga Priscila Machado, 39, passou seus últimos dias longe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo tratado em casa, na companhia dos pais e das duas irmãs.

“O terreno da casa foi comprado pelo Tucca [Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer] e construído com a ajuda financeira do Waldir e da Priscila”, afirma o oncologista. “Agora precisamos de doações para sustentá-lo, até porque a legislação desobriga o Estado a prestar cuidados paliativos.”

Metade do dinheiro investido saiu do bolso do casal, que batizou o hospice – como é conhecido o conceito – com o nome do filho. “Consegui uma doação de R$ 5 mil de uma amiga”, comemorava o oncologista ao avistar Waldir e Priscila, que conversavam com a reportagem.

Conforto

De acordo com o casal, a maior parte do tratamento de Francesco aconteceu dentro do hospital, que ele não gostava de frequentar. Quando um sangramento no cérebro do garoto reduziu ainda mais sua expectativa de vida, seus pais decidiram tirá-lo do hospital e prestar os últimos cuidados no conforto de casa.

“Pagávamos todo o tipo de terapia, como fonoaudiologia e fisioterapia”, conta Waldir. Com toda a aparelhagem instalada no quarto do garoto, ele pôde tomar banho de banheira com a mãe, brincar com a irmã mais velha antes de dormir e sentir o bebê de sete meses mexendo na barriga de Priscila.

“A ideia do hospice é trazer conforto ao paciente terminal e aos familiares no momento mais difícil desse processo”, diz Priscila. O atendimento, gratuito, será prestado pela mesma equipe que cuidou do paciente durante todo o tratamento no hospital Santa Marcelina, vizinho ao hospice.

"Essa ligação entre criança, equipe e família são indispensáveis", acredita Epelman, que também preside o Tucca. Sem limite de tempo de hospedagem, a casa, com três suítes, só precisa que a ajuda financeira chegue logo. “Aceitamos a ajuda de todos”, conclui o médico.

FONTE: IG/ÚLTIMO SEGUNDO/SÃO PAULO (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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