30 anos sem Bob Marley: com homenagens ao redor do mundo, legado do músico perde força na Jamaica

11/05/2011 10:16

 

O músico jamaicano Bob Marley, considerado o pai do reggae, com mais de 200 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, morreu aos 63 anos no dia 11 de maio de 1981, em Miami, vítima de um câncer. E, apesar das homenagens em todo o mundo, seu legado perde força em seu próprio país, na Jamaica.

Hoje, o culto ao ídolo continua aquecendo a indústria da música, mas o compromisso político tende a se perder entre os jovens. Nas ruas da capital da Jamaica, onde há um museu voltado para objetos e fotos do artista, a lenda de Bob Marley ainda é alimentada. Diariamente é oferecida uma excursão à Nine Miles, cidade natal do cantor, onde são vendidos suvenires de todos os tipos.

No entanto, o medo de que o artista se torne apenas mais um motivo comercial é o mesmo de que ele seja esquecido. "Seu objetivo nunca foi comercial", explica o amigo Herbie Miller à AFP. "O dinheiro não era a principal motivação de Bob Marley", ele diz.

As músicas do pai do reggae já tocam pouco na Jamaica. Miller afirma que "o Poder da Jamaica tenta suavizar" o lado comprometido de Bob Marley com as questões de liberdade e defesa dos oprimidos. A Fundação Marley lamenta a "falta de eventos comemorativos dos 30 anos de morte do cantor", e afirma que sua música já não tem mais a mesma força.

Celebrar a vida de Bob
Os rastafaris de Zâmbia se reuniram em Lusaka para "celebrar a vida" do ídolo que se tornou "a voz dos desfavorecidos" do mundo inteiro. Sua música "continua mantendo uma unidade que vai além de credos, raças, cores, fronteiras e culturas", disse à AFP Brian Chengela, diretor da Jah Entrenainment. Também serão realizadas apresentações transmitidas em programas de rádio ou televisão, como o documentário "The Wailers: Catch a Fire", que mostra os bastidores da gravação deste álbum em 1972.

Trinta anos depois da morte do músico jamaicano, várias correntes musicais "apareceram a partir dos anos 1950, como o punk e o rock, que continuam existindo", explica a socióloga e pesquisadora da Universidade de Paris-Sorbonne, Anne Petiau.

Robert Nesta Marley ainda simboliza o protesto, a emancipação e a liberdade para muita gente de diferentes crenças, inclusive jovens, que descobriram a música de um astro que nasceu em um país pobre que era ouvida pelos pais e avós. Os mais velhos "continuam ouvindo a música de sua juventude que os faz voltar àquele tempo", segundo Petiau.

Em termos gerais, a voz e a espititualidade de Bob Marley --como parte da cultura rastafári, que o apresentava como o apóstolo da cannabis-- transformaram o reggae na música dos desfavorecidos em vários lugares do mundo. Assim é, por exemplo, na África, com músicos como Alpha Blondy e Tiken Jah Fakoli, um continente do reggae, como Bob Marley previa.

FONTE: UOL MÚSICA (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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