Com voz e carisma, Sharon Jones ganha o público em SP

Se existe alguém na música atual que merece ser chamada de estrela, essa pessoa é Sharon Jones. No show que fez nesta madrugada no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, a cantora de 55 anos mostrou que reúne todos os requisitos para merecer o nome. Uma grande voz? Seu canto tem uma força que não deve nada a nomes como Tina Turner e Aretha Franklin. Presença de palco? Sharon não só dançou o show inteiro, como fez a comportada plateia levantar e dançar com ela. Carisma? Ela tem de sobra e levou o público na mão com suas caras, bocas e histórias divertidíssimas.

Ao vê-la em ação, é difícil acreditar como ela foi ignorada por tantos anos. Sharon, afinal, passou anos cantando em casamentos e fazendo vocais de apoio aqui e ali, até finalmente ser descoberta quando já tinha mais de quarenta anos. Desde então, já gravou quatro álbuns - o mais recente, "I Learned the Hard Way", é de 2010 e acaba de ganhar edição no Brasil, na esteira de seus shows no país. Todos os seus trabalhos foram gravados com os Dap-Kings.

O quarto, e não menos importante, fator que faz dela uma estrela é sua banda. Ela não faz questão de ser anunciada como Sharon Jones & The Dap-Kings à toa: os oito músicos e duas backing vocals são essenciais para seu sucesso. E, apesar de tanto a cantora quanto o grupo não gostarem da expressão "soul retrô", seu som funciona quase como uma máquina do tempo que leva diretamente aos anos 1960. A inspiração básica é a música das gravadoras Motown e Stax, com uma boa dose do funk de James Brown.

Antes de Sharon entrar no palco, os Dap-Kings tocaram três músicas sozinhos. O público, atendendo a um pedido do guitarrista Binky Griptite, se levantou das cadeiras e ficou de pé até o final. Quando a estrela da noite apareceu, usando um curto vestido brilhante, o clima já estava quente. Ela levou a ponto de fervura, ora com músicas mais lentas ("Window Shopping", "Mama Don't Like My Man"), ora com canções mais dançantes ("When I Come Home", "100 Days, 100 Nights").

Como se não bastasse, ainda convidou o público para subir ao palco com ela. O primeiro foi um rapaz chamado Artur, com quem ela protagonizou um momento romântico na música "Give It Back". Depois, ela chamou quatro garotas - uma delas, a cantora Miranda Kassin - para dançar com ela enquanto cantava "How Do I Let a Good Man Down". A terceira e última participação especial da plateia foi em "I'm Not Gonna Cry": mais um momento romântico, em que ela dançou com um homem do público.

Sharon e os Dap-Kings voltam a se apresentar em São Paulo neste domingo, como parte da programação do BMW Jazz Festival. A apresentação acontecerá no Auditório Ibirapuera, só que na área aberta para o parque, e com entrada gratuita. O show está previsto para as 17h30. Antes, às 17h, o saxofonista Joshua Redman - responsável por uma grande performance na sexta-feira no mesmo auditório - faz o show de abertura. Sharon ainda tem apresentações marcadas em Salvador (segunda-feira, 13) e Rio de Janeiro (terça-feira, 14).

FONTE: IG (CLIQUE AQUI para redirecionar)