Conmebol se cala sobre San Jose e segurança boliviana e incomoda o Corinthians
23/02/2013 11:06A Conmebol puniu o Corinthians de forma exemplar, mas até agora ignorou possíveis responsabilidades do San Jose e da polícia boliviana na tragédia de Oruro. Até para não se prejudicar ainda mais no processo, o clube brasileiro não deve tratar do assunto abertamente, mas nos bastidores se vê como uma espécie de “bode expiatório”.
A decisão da Conmebol foi tomada de forma monocrática por Adrian Leiza, jurista que assumiu a presidência do tribunal da entidade. O uruguaio decidiu, na última quinta-feira, de forma liminar, que o Corinthians jogará com portões fechados na Copa Libertadores por conta da morte de Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador de navio lançado por torcedores alvinegros presentes no estádio Jesus Bermudez.
Diante das câmeras, dirigentes corintianos dizem entender que o clube não deve ser responsabilizado, mas também não querem envolver as outras partes em sua argumentação. “Não quero nenhum confronto, nem com o time de lá nem com a Conmebol. Queremos defender o Corinthians e os torcedores”, disse Luiz Alberto Bussab na última sexta.
Só que duas coisas em especial incomodam o clube e seus advogados. Para o Corinthians, o regulamento da Libertadores foi desrespeitado quando o jogo foi confirmado em Oruro, já que o aeroporto da cidade não atendia, de acordo com os brasileiros, as exigências da Conmebol, que mesmo tendo sido alertada pela diretoria alvinegra manteve o jogo na cidade.
A falta de revista na porta do estádio também desagrada o clube do Parque São Jorge, que entende que uma vistoria adequada poderia ter impedido a entrada do artefato que acabou causando a morte de Kevin Espada. Nada disso sensibilizou a Conmebol, que na última sexta não anunciou qualquer medida contra o San Jose, mandante da partida, ou sequer interditou o estádio Jesus Bermudez.
Na Bolívia, passado o choque inicial, os jornais locais e até as autoridades começam a apontar a polícia local como uma das responsáveis. “Se esperaria uma mea culpa dos membros da instituição verde-oliva [polícia local], que deveriam se perguntar quantas responsabilidades eles têm”, escreveu o La Razon, em um editorial especialmente dedicado ao tema.
“Vai ser indispensável exercer mecanismos de controle em todas as portas de acesso, isso tem de ser tarefa de todos”, disse Henry Baldelomar, vice-ministro boliviano de Segurança Cidadã ao jornal La Patria.
Durante toda a sexta-feira, a reportagem tentou contato com a Conmebol e o jurista Adrian Leiza, mas não obteve êxito em nenhuma oportunidade.
FONTE: UOL ESPORTE/COPA LIBERTADORES 2013 (CLIQUE AQUI para redirecionar)
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