Deep Purple - Via Funchal, 10 de outubro de 2011

11/10/2011 08:18

 

Até que os poucos mais de dois anos passaram depressa. Sim, porque em março de 2009 esta mesma Via Funchal recebeu os ingleses para dois memoráveis shows, quando ainda promoviam o até agora último álbum de estúdio, Rapture of the Deep (2005). A turnê ainda incluiu outras duas datas em Porto Alegre. Em 2011, mesmo sem disco novo na praça, o quinteto britânico retornou ao nosso país para mais uma série de concertos repletos de clássicos, algo até clichê em se tratando da entidade chamada Deep Purple.

Pouco após às 22h, Ian Gillan, Roger Glover, Ian Paice, Steve Morse e Don Airey entraram em cena com um verdadeiro hino da música pesada: “Highway Star”, do aclamado Machine Head (1972). O som estava realmente bem equalizado, o que agregou ainda mais entusiasmo aos fãs, que cantou nota a nota do famosíssimo solo composto pelo guitarrista original Ritchie Blackmore. “Hard Lovin’ Man” e a cativante “Maybe I’m a Leo” mantiveram a apresentação empolgante, mas bastaram as primeiras notas de “Strange Kind of Woman” para a temperatura registrar índices um tanto elevados, mas ninguém parecia se importar com o calor intenso e até a faixa-título do já citado derradeiro registro de estúdio. Particularmente esperava a inclusão da ótima “Woman from Tokyo” ao repertório – assim como ocorreu no show realizado em Belém há alguns dias – mas a semi-balada “Mary Long”, do injustiçado Who Do We Think We Are, último com Gillan e Glover nos anos 70, fez as honras. Belíssimo solo de Steve Morse e a balada “When a Blind Man Cries” ecoa cheia de classe. A guitarra de Morse volta brilhar com um tema erudito o qual denominam de “The Well Dressed Guitar”, arrancando aplausos efusivos.

Assim que as primeiras notas de “Knocking at Your Back Door” foram tocadas a empolgação era nítida. Suas linhas vocais aliadas ao andamento cadenciado guiado pelo teclado dão a esta faixa o status de canção obrigatória. As deliciosas “Lazy” e "No One Came”, passando por um eficiente solo de teclado, caíram nas graças do público, que soube retribuir cantando em uníssono. Hit imediato, “Perfect Strangers” só não ficou melhor por conta das limitações vocálicas pelas quais passa Gillan há, pelo menos, uma década e meia. Não comprometeu o resultado, mas faz falta aquele jeitão dele que podíamos ouvir até meados da década de 80. A sintomática “Space Truckin", seguida de mais algumas estripulias de Morse, dá espaço à música que traz um dos riffs mais contagiantes do universo, isto é, “Smoke on the Water”, responsável por encerrar o set regular da noite.

Retomam alguns minutos após com dois covers: “Going Down” (Don Nix) e “Hush” (Billy Joe Royal), ambas extremamente bem absorvidas. Glover então puxa os holofotes a si em um interessante solo de baixo, algo raro em se tratando dele, para então encerrar sua apresentação com uma das mais cantadas, a fabulosa “Black Night”.

Infelizmente não estávamos presentes durante a apresentação da banda de abertura, a mineira Pleiades, por conta do trânsito intenso nos arredores, mas conversando com algumas pessoas notei que as opiniões sobre o som dos caras divergem bastante entre os seguidores mais ortodoxos do Purple.

Por Durr Campos

FONTE: UOL MÚSICA/HEAVY NATION (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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