Delegação pressiona Coreia do Norte por liberdade da informação na internet

15/01/2013 08:19

 

Uma delegação privada, que incluiu Eric Schmidt, presidente executivo do Google, pediu à Coreia do Norte, o país com alguns dos mais rígidos controles sobre informações do mundo, que permita o acesso livre à Internet para o bem de seus cidadãos, disse o líder da missão na quarta-feira de 9 de janeiro.

O ex-governador do Novo México Bill Richardson também disse que seu grupo de nove membros solicitou que a Coreia do Norte colocasse uma moratória sobre o lançamento de mísseis e testes nucleares que levaram às sanções da ONU, e a delegação solicitou que um cidadão americano detido fosse tratado de uma maneira justa e humana. As informações foram dadas à Associated Press em uma entrevista exclusiva em Pyongyang.

A visita foi criticada por aparentemente querer roubar a atenção da diplomacia dos EUA e reforçar a projeção de Pyongyang após o último lançamento de foguetes pela Coreia do Norte , ato que foi amplamente criticado. Richardson disse que a delegação esteve em uma visita humanitária particular.

Schmidt, o presidente-executivo do Google, é um dos executivos americanos mais importantes a visitar a Coreia do Norte desde que o líder Kim Jong-un tomou posse.

Na quarta de 9 de janeiro, Schmidt visitou o prédio no centro de Pyongyang que é o coração da indústria de computação da Coreia do Norte. Ele perguntou sobre os novos tablets da Coreia do Norte, bem como sobre seu sistema operacional Red Star, e brevemente colocou um par de óculos 3D durante uma excursão ao Centro de Computação do país asiático.

Schmidt não disse publicamente o que pretende fazer com sua visita à Coreia do Norte. No entanto, ele é um defensor da liberdade de expressão na internet e está publicando com o diretor do Google Ideias, Jared Cohen, sobre o poder que a conectividade global possui para transformar a vida das pessoas, bem como a política.

Richardson disse à Associated Press que sua delegação trazia a mensagem de que uma maior abertura beneficiaria a Coreia do Norte. A maioria das pessoas no país nunca sequer acessou a internet, e o governo autoritário limita o acesso à web.

"Os cidadãos da Coreia do Norte terão uma melhor qualidade de vida com mais celulares e uma internet ativa. Essas são as mensagens que temos passado para uma variedade de agentes de política externa, cientistas e oficiais do governo", disse Richardson.

A viagem de quatro dias, que começou na segunda de 7 de janeiro, aconteceu em um momento delicado nas relações entre os EUA e a Coreia do Norte. Há menos de um mês, Pyongyang lançou um satélite ao espaço em um foguete de longo alcance, algo celebrado no país, mas condenado por Washington e outros como um teste proibido de tecnologia de mísseis.

O Departamento de Estado criticou a viagem por não ajudar os EUA num momento em que buscam o apoio por uma ação do Conselho de Segurança da ONU. O porta-voz Peter Velasco disse em Washington que não acredita que a delegação manteve contato com autoridades dos EUA desde que chegou em Pyongyang. No entanto, Richardson afirmou que a delegação tem pressionado os norte-coreanos por uma moratória sobre lançamentos de mísseis e testes nucleares. 

Richardson também declarou que a delegação solicitou que o americano Kenneth Bae, que está sob custódia por suspeita de cometer “atos hostis” contra o Estado, seja tratado de uma maneira "justa e humana". O grupo também solicitou que autoridades do governo e cientistas ofereçam mais celulares e liberem a internet para o povo da Coreia do Norte, disse.

Não existem grandes empresas americanas operando na Coreia do Norte, que lutou contra os EUA na Guerra da Coreia 1950-1953). Os inimigos assinaram uma trégua em 1953 para acabar com o conflito, mas nunca um tratado de paz, e os dois países ainda não mantêm relações diplomáticas.

As sanções da ONU proibiram o comércio de armas e itens que possam ser utilizados para fins nucleares com a Coreia do Norte, assim como itens de luxo. Washington também proíbe a importação de bens fabricados na Coreia do Norte para os EUA.

Alguns conservadores nos EUA criticaram severamente a viagem de Schmidt-Richardson. Segundo John Bolton, que serviu como embaixador americano na ONU durante o governo de George W. Bush (2001-2009), escreveu no New York Daily News: "(Eles) se juntaram à longa lista de americanos e outros utilizados pela ditadura da família Kim para obter vantagem política."

"A Coreia do Norte tem repetidamente acolhido americanos proeminentes para ajudar a elevar a sua estatura. O país está buscando negociações diretas com Washington, pois na visão distorcida da liderança da nação, isso pode levar ao reconhecimento diplomático da comunidade mundial."

Por Jean H. Lee

FONTE: IG/ÚLTIMO SEGUNDO/MUNDO/AP (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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