Dilma critica falta de ação da ONU para conter intervenções militares
24/09/2014 18:06
Ao discursar na abertura da 69ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff criticou falta de ação do Conselho de Segurança para impedir o uso de intervenções militares como forma de solucionar conflitos.
Dilma voltou a defender maior participação do Brasil e de países emergentes no órgão. A presidente considerou as intervenções "manifestações de bárbarie".
"A cada intervenção militar, não caminhamos para a paz, mas sim assistimos o acirramento desses conflitos. Verifica-se uma trágica multiplicação do número de vítimas civis e de dramas humanitários. Não podemos aceitar que essas manifestações de barbárie permaneçam ferindo nossos valores éticos, morais e civilizatórios", disse a presidente.
De acordo com a presidente, esse é um dos motivos que pode levar a o órgão a perda de “legitimidade e eficiência”. Para caminharmos para a paz será necessária uma verdadeira reforma do Conselho de Segurança da ONU", criticou.
A presidente também criticou a postura da ONU sobre o conflito entre Israel e Palestina: "Não podemos permanecer indiferentes à crise entre Israel e Palestina".
O Brasil é sempre o primeiro país a discursar na abertura do encontro anual da ONU, tradição iniciada em 1947, após o final da 2ª Guerra Mundial. O ex-chanceler brasileiro Oswaldo Aranha, foi quem inaugurou o discurso de abertura e foi um dos articuladores da criação da entidade internacional após o conflito.
Dilma falou sobre os efeitos da crise e as ações que estão sendo desenvolvidas pelos países emergentes com o objetivo de se protegerem das volatilidades financeiras internacionais.
"Ainda que tenhamos conseguido resistir às consequências mais graves da crise global, ela também nos atingiu nos últimos anos", disse Dilma.
Entre as ações, Dilma apontou a criação do Banco de Desenvolvimento e do contingente de reservas pelos Brics (grupo de cooperação criado entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Cada ação com previsão de aporte de US$ 100 milhões e foram anunciadas no 6º Encontro dos Brics, realizado neste ano no Brasil.
A presidente ainda disse que o Brasil apoia e está disposto a integrar a missão para combater a proliferação do vírus ebola, que mata centenas de pessoas no noroeste da África. No início de seu pronunciamento, Dilma adotou o mesmo discurso que tem
repetido durante a campanha e comemorou que o país tenha saído, pela primeira vez do "mapa da fome", elaborado pela FAO (agência da ONU para Alimentação a Agricultura). "33 milhões de brasileiros deixaram a miséria desde 2003, 22 milhões só no meu governo", repetiu Dilma.
FONTE: IG/ÚLTIMO SEGUNDO/MUNDO
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