Eleição dá cara nova ao PT, que agora tentará compensar desgaste do mensalão

29/10/2012 08:03

 

Dirigentes petistas ouvidos pelo iG avaliam que a ascensão eleitoral de nomes novos como o do prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad , pode ajudar o PT revitalizar a imagem ética do partido abalada pela condenação de lideranças históricas como José Dirceu e José Genoino pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento no mensalão.

Um dirigente petista usou uma metáfora tecnológica para exemplificar o significado para o PT da renovação nos quadros partidários: “Haddad é o PT 2.0”.

Ao longo de 33 anos de história do PT surgiram várias novas lideranças. A principal diferença na eleição deste ano é que a renovação vem acompanhada da saída de cena dos condenados pelo mensalão.

“O PT sai com uma cara muito nova que vai ajudar a desarmar os ânimos, porque hoje existe um debate tentando nos criminalizar. O Haddad é a maior expressão dessa cara nova”, disse o deputado Paulo Teixeira. “Ele ( Haddad ) mostra uma face muito interessante do partido que nós precisamos cuidar para que seja bem sucedida”, completou.

Petistas citam uma peça recorrente do discurso eleitoral de Haddad para demonstrar o poder que a vitória em São Paulo tem para revitalizar a imagem ética do partido. Em vários discursos Haddad disse que entra na prefeitura com a camisa limpa e vai sair com a camisa igualmente limpa.

Além de Haddad, outros dois nomes se enquadram na imagem do PT 2.0. Márcio Pochmann, candidato derrotado è prefeitura de Campinas, e Elmano de Freitas, também derrotado em Fortaleza.

Os três têm em comum os fatos de disputarem a primeira eleição, saírem de baixos índices de intenção de voto, chegarem ao segundo turno, terem boa formação acadêmica e principalmente nenhuma mancha no currículo.

Para cardeais petistas, as novidades devem ocupar o vácuo político provocado pelas condenações no julgamento do mensalão. “São novas lideranças com biografia impoluta, refratários às acusações de corrupção, e que podem voltar a empunhar a bandeira da ética”, afirmou um dirigente.

Em um partido marcado por acirradas disputas internas e pela consolidação de grupos ligados a caciques, os petistas ressaltam a interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como fator fundamental para forçar a renovação.

“Felizmente o partido é capaz de se renovar mas é preciso reconhecer que o presidente Lula estimulou várias candidaturas como as de Fernando Haddad em São Paulo e Márcio Pochmann em Campinas”, disse o senador Eduardo Suplicy.

O assessor especial da presidência e ex-presidente do PT Marco Aurélio Garcia lembrou que a renovação é uma vantagem do partido em relação aos adversários. “Esta eleição mostra que o PT se renovou e que os outros não estão se renovando”, disse.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que a renovação é uma característica do PT mas admitiu que, nas eleições deste ano, o fenômeno teve mais intensidade. Falcão, no entanto, evitou vincular a ascensão de novos nomes ao julgamento do mensalão. “A eleição de Haddad e o bom desempenho de Pochmann têm mais influência neste processo do que as decisões do Supremo”, disse Falcão.

FONTE: IG/ÚLTIMO SEGUNDO/POLÍTICA/ELEIÇÕES 2012 (CLIQUE AQUI para redirecionar)

Voltar

Pesquisar no site

© 2011 Todos os direitos reservados. OBJETIVA AUDIO