Embalsamado, corpo de Chávez ficará em exposição permanente na Venezuela

08/03/2013 07:35

 

O corpo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez , será embalsamado para que "fique exposto eternamente e o povo possa vê-lo no 'Museu da Revolução'", anunciou nesta quinta-feira o vice-presidente e líder interino do país, Nicolás Maduro .

De acordo com Maduro, o corpo será transferido na sexta ao Quartel da Montanha de 23 de Fevereiro (antigo Museu Histórico Militar) - que está sendo reformado para que se torne o Museu da Revolução Bolivariana -, onde será velado por ao menos mais sete dias.

Foi do Quartel da Montanha que, em 1992, Chávez liderou um frustrado golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez em 4 de fevereiro. A tentativa de golpe deu início à carreira política de Chávez. "Estamos muito preocupados porque muitas pessoas se mobilizaram. Milhões. Queremos que todos tenham a oportunidade de vê-lo", afirmou Maduro.

O líder acrescentou que os restos mortais de Chávez serão embalsamados para ficar como os de " Lênin (líder soviético) e Mao Tsé-tung (líder comunista chinês)", para que "o povo possa tê-lo para sempre em uma urna de cristal". Maduro também informou que o funeral de Estado ocorrerá na sexta às 11 horas locais (12h30 de Brasília), quando se realiza a transferência do corpo para o quartel-museu, que fica perto do Palácio Presidencial de Miraflores, onde Chávez governou por 14 anos .

Segundo o vice-presidente, a previsão é de que compareçam à cerimônia chefes de Estado e de governo de ao menos 50 países, sendo 30 deles do Caribe e da América Latina. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff , desembarcou no país com sua comitiva nesta quinta-feira. Além de Dilma, também participam do funeral os presidentes cubano, Raúl Castro, e iraniano, Mahmud Ahmadinejad.

O anúncio se segue a dois dias emotivos nos quais partidários de Chávez o compararam a Jesus Cristo e acusaram seus críticos nacionais e internacionais de subversão.

Dezenas de milhares se enfileiraram nesta quinta para passar perto do caixão com tampa de vidro na Academia Militar de Caracas, aonde o corpo chegou na quarta depois de uma procissão de sete horas desde o hospital onde Chávez morreu no dia anterior aos 58 anos, após uma batalha de quase dois anos contra um câncer.

Entre soluços e lágrimas, um mar de venezuelanos lotou a academia, com alguns esperando dez horas sob um sol inclemente para ver o caixão e honrar seu líder com continências militares, punhos cerrados ou sinais da cruz. "Cheguei de manhãzinha para ver Chávez. Ele é o meu ídolo pessoal", disse Henry Acosta, de 56 anos. 

Mas mesmo enquanto seus partidários tentavam imortalizar o presidente morto, um país exausto começou a mirar o futuro. Alguns expressaram abertamente a preocupação de que os novos líderes não têm estofo para substituir Chávez, enquanto outros disseram estar ansiosos pela informação de quando serão realizadas as novas eleições. A Constituição requer que elas sejam convocadas em 30 dias , mas o governo ainda tem de definir a data.

Aos prantos, Berta Colmenares, de 77 anos, dizia que os chavistas devem agora apoiar a candidatura presidencial de Maduro, para que ele leve a revolução adiante. "Vou votar em Maduro, em quem mais? É ele quem Chávez escolheu, e temos de seguir seu desejo", afirmou, referindo-se ao fato de o presidente venezuelano ter apontado o vice como seu potencial sucessor e candidato governista antes de submeter-se à sua quarta cirurgia em Cuba, em dezembro.

Maduro, de 50 anos, deve enfrentar o líder oposicionista Henrique Capriles , governador centrista do Estado de Miranda que foi derrotado por Chávez na eleição presidencial de outubro.

FONTE: IG/ÚLTIMO SEGUNDO/MUNDO/AP (CLIQUE AQUI para redirecionar)

 

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