Especialistas descartam idade como motivo das barbeiragens de Schumacher

02/10/2012 06:47

 

As recentes barbeiragens causadas por Michael Schumacher na Fórmula 1 e o anúncio repentino da Mercedes sobre a contratação de Lewis Hamilton para substituí-lo em 2013 renderam críticas e dúvidas sobre sua capacidade de pilotar um carro da categoria aos 43 anos. Na Alemanha, a imprensa levantou a questão: “Desculpe, Schumi, mas você não está velho para a Fórmula 1?”. Para responder esta pergunta, o iG foi atrás dos melhores especialistas em saúde de pilotos no Brasil.

Responsável pelo atendimento médico do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 desde 1990, o doutor Dino Altmann afirma que a idade não está ligada aos recentes acidentes que Schumacher tem causado. “Não penso que isso esteja fazendo diferença com relação aos reflexos dele. O preparo físico e a disciplina contam mais”, comentou.

Quando o assunto é preparação física dos pilotos, Nuno Cobra é um dos nomes mais recomendados no Brasil. O preparador, que ficou famoso por ter trabalhado com Ayrton Senna na Fórmula 1, também acredita que uma pessoa dessa idade ainda pode render. “A idade não conta tanto assim, não. Um corpo de 40 anos produz a mesma quantidade de substâncias que um de 20. A preparação muda bem pouco”.

A história do automobilismo reforça a opinião dos especialistas. Dos dez pilotos mais velhos a vencerem uma prova na F1, todos já eram “quarentões”, como Nigel Mansell na Austrália em 1994. Além disso, um dos casos mais famosos é o de Emerson Fittipaldi. Depois de construir sua carreira na Fórmula 1, o brasileiro mudou para a Indy , onde foi bicampeão das temporadas em que completou 43 e 47 anos. “Há muitos casos de pilotos que venceram depois dos 40”, reforçou Altmann. “Além disso, os carros de hoje exigem muito menos fisicamente do que antigamente. Talvez ele esteja correndo mais riscos agora por não estar apresentando resultados”, opinou.

A terceira temporada seguida sem vitória para o maior vencedor da história da categoria realmente também pode fazer que o alemão se arrisque mais. As duas principais “barbeiragens” causadas por ele neste ano mostram isso. A mais forte e perigosa aconteceu no último fim de semana, durante o GP de Cingapura . Brigando para entrar no Top-10, Schumacher perdeu o ponto de freada de sua Mercedes e acertou em cheio a traseira do carro de Jean-Éric Vergne, da Toro Rosso, tirando os dois da prova.

A batida ainda rendeu uma punição com a perda de dez posições para o próximo GP, que será realizado no Japão. Entre as justificativas da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) pela pesada pena, estava o fato de Schumacher ser reincidente neste tipo de choques nesta temporada.

A outra situação causada pelo alemão e lembrada pela FIA aconteceu no Grande Prêmio da Espanha , em maio, quando Schumacher também “subiu” na traseira do carro do piloto que estava à sua frente – na ocasião, o brasileiro Bruno Senna foi o prejudicado. Aquela manobra rendeu uma punição com a perda de cinco posições no grid da corrida seguinte, em Mônaco, onde o alemão havia conquistado sua única pole position desde que voltou à F1.

Apesar da possibilidade de estar se arriscando mais, o histórico de Schumacher mostra que esse tipo de situação não é novidade em sua carreira. Antes de se aposentar pela primeira vez em 2006, o alemão também protagonizou alguns incidentes estranhos e perigosos. O alemão já foi desclassificado do campeonato em 1997 após bater em Jacques Villeneuve em Portugal, punido por ignorar bandeiras pretas na Inglaterra em 1994, além de passar por graves acidentes como na Austrália em 1994 e 2001, na Bélgica em 1998, e.na Inglaterra em 1999.

A pressão sobre sua idade chega exatamente no momento em que a Mercedes anunciou Hamilton como companheiro de Nico Rosberg para 2013. Com essa troca, Schumacher ainda não sabe o que fará no ano que vem. Mas engana-se quem pensa que a aposentadoria é a escolha lógica do piloto. Em entrevistas recentes, o alemão afirmou que pretende continuar na categoria e equipes como a Sauber e até a Ferrari já foram cotadas como destino do maior campeão da história da F1. 

Senhores de Respeito

Colocar em dúvida a capacidade de um atleta por conta da idade avançada é comum em vários esportes. Mas vários já provaram que isso não faz tanta diferença e foram campeões depois dos quarenta anos.

FONTE: IG/ESPORTE/F-1 (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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