Gaby Amarantos extrapola fronteiras regionais em 1º disco solo

31/10/2011 07:22

 

"A voz da Gaby tem potencial para entrar na briga com qualquer Ivete Sangalo, com qualquer Claudia Leitte."

Quem chama para o ringue é Carlos Eduardo Miranda, produtor musical que lançou Skank, Raimundos, O Rappa e Cansei de Ser Sexy.

A tal Gaby que ele defende com tanta firmeza é a cantora paraense Gaby Amarantos.

Se o nome dela não soa muito familiar aos ouvidos do eixo Rio-São Paulo, é o mais repetido em seu Estado.

Gaby é a maior estrela do tecnobrega, gênero paraense surgido no começo dos anos 2000 que dá um tratamento eletrônico à música "brega" (pense em Reginaldo Rossi).

Ela construiu a carreira à frente da Tecno Show, uma das bandas mais importantes dessa cena. Os shows abusam da tecnologia cênica, com luzes e efeitos especiais.

"Todo mundo aplaude Lady Gaga. No Pará, tem gente descendo de disco voador há muito tempo", diz Gaby.

Como é regra no tecnobrega, a banda vivia sobretudo de versões em português para hits do pop internacional.

A mais famosa foi "Tô Solteira", versão para "Single Ladies", o que lhe rendeu o apelido de Beyoncé do Pará.

Mas nada desse espírito "cover" tem a ver com a Gaby que pode "brigar com Ivete". Com direção artística de Miranda, a cantora está à beira de lançar o primeiro álbum solo. E tudo está sendo feito para que ele extrapole fronteiras regionais.

A Folha teve acesso ao trabalho, que deve chegar às lojas apenas em 2012.

Ali, Gaby faz algo de natureza semelhante ao que Daniela Mercury empreendeu, há duas décadas, com a música de rua da Bahia. Decodificou um ritmo até então tido como "exótico" aos ouvidos do resto do país.

"A diferença é que o tecnobrega é [música da] periferia mesmo! Nem no Pará é bem-aceito", diz Luiz Félix Robatto, produtor musical do CD. "O axé era considerado música folclórica e, por isso, bem-aceita até pela elite."

Na fórmula da Gaby solo, a batida eletrônica do tecnobrega está intacta. Entram ritmos tradicionais paraenses, como a guitarrada, o carimbó e a lambada. E mais.

Ao DJ, figura central do tecnobrega, foram acrescentados músicos "reais": guitarrista, teclado, baixo, bateria, um trio de sopros.

O repertório escapa totalmente do passado de versões. Quatro faixas são da própria Gaby. Outras são de nomes como Zé Cafofinho e Alípio Martins, Thalma de Freitas e Iara Rennó. Fernanda Takai participa cantando.

O visual? A mesma exuberância cênica. "Eu não quero ser outra cantora de vestido vermelho e flor no cabelo", diz Gaby. "Quero cantar a minha verdade. E ela é assim."

FONTE: UOL/FOLHA.COM/ILUSTRADA (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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