Incêndio em refinaria da Petrobras afeta produção de combustíveis

05/01/2014 16:06

 

Um incêndio na noite de sábado (4) interrompeu a produção da unidade de coque da Reduc (Refinaria Duque de Caxias), da Petrobras. De acordo com a estatal, ninguém ficou ferido.

A empresa afirmou que o incidente ficou restrito a um "equipamento específico" da unidade. Não houve também nenhum dano ambiental, segundo a nota da Petrobras.

De acordo com a estatal, o incêndio foi controlado e a unidade foi preservada.

Uma comissão foi formada para investigar as causas do acidente. Ainda não há previsão de retorno das atividades na unidade.

Com capacidade de produção de de 240 mil barris/dia de petróleo, a refinaria está entre as quatro maiores da Petrobras e destaca-se por sua posição estratégica, abastecendo boa parte da região Sudeste com gasolina, diesel e outros derivados. A unidade supre ainda empresas petroquímicas e fabrica lubrificantes.

Diante da crescente necessidade de importação de petróleo, as refinarias da estatal estão operando no limite máximo de sua capacidade. Em algumas, o índice bate em 98% _o que amplia risco de eventuais acidentes, segundo especialistas.

Se a Reduc ficar muito tempo sem operar, é provável que a Petrobras terá de ampliar importações de combustíveis e petróleo bruto –fator que levou o país ao seu pior desempenho da balança comercial em 13 anos.

Simão Zanardi, presidente do sindicato, disse que seis bombas foram afetadas pelo fogo, sendo que três eram unidades de backup. "Este é apenas mais um sinal de quanto a empresa está sob pressão", disse Zanardi à Reuters. "As refinarias estão trabalhando a toda ou acima da capacidade, e a perda desta unidade, não importa por quão pouco tempo, vai significar em mais importações e menos lucro para a empresa."

Ele acrescentou que lhe foi dito no domingo que as bombas poderiam ser restauradas em cerca de três dias, mas que ele achava que essa era uma projeção otimista.

PETROBRAS SOB PRESSÃO

A demanda por combustíveis de veículos vem crescendo mais rápido do que a economia do Brasil. Isto fez com que as 13 refinarias brasileiras da Petrobras fossem incapazes de atender a demanda doméstica por gasolina e diesel. Para compensar o déficit, a empresa, única de refino do Brasil, precisa importar.

O governo do Brasil, no entanto, não permite que a Petrobras cobre preços mundiais de gasolina e diesel, o que significa que cada barril de combustível importado é vendido com uma perda. O negócio de refino e abastecimento da unidade da empresa perdeu mais de 30 bilhões de reais nos últimos dois anos, como resultado.

O incêndio também levanta questões sobre a capacidade da Petrobras de continuar operando suas refinarias existentes com segurança.

Houve pelo menos quatro acidentes notáveis ​​nas refinarias da Petrobras no último mês e meio, de acordo com fontes sindicais e da indústria de combustíveis. Dois desses acidentes foram na Reduc, embora o incêndio de sábado seja o primeiro a afetar a produção de combustíveis.

ACIDENTES ANTERIORES

Um incêndio em novembro na refinaria REPAR cortou 200 mil barris por dia de capacidade de refino por quase um mês e levou à compra de emergência de cargas de combustível em todo o mundo. Outro incêndio em uma refinaria em manutenção em Manaus feriu gravemente dois trabalhadores.

Zanardi diz que o sindicato se queixou à Petrobras e representantes do governo sobre a operação da refinaria acima de sua capacidade projetada e adiamento da manutenção necessária para atender às demandas do governo.

"Felizmente ninguém ficou ferido", disse ele. "Mas nós estamos vendo mais e mais esse tipo de coisa e nós no sindicato não achamos que é seguro. Se eles não fizerem algo, pode haver mais acidentes."

FONTE: UOL/FOLHA DE SÃO PAULO/MERCADO (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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