Irã e G5+1 concordam em aplicar acordo nuclear no final de janeiro

01/01/2014 17:51

 

Os representantes do Irã e o Grupo 5+1 acordaram em negociações técnicas as fórmulas para aplicar o acordo nuclear alcançado em Genebra no dia 24 de novembro, que começará a ser cumprido no final de janeiro, disse nesta quarta-feira um funcionário do governo iraniano.

"As duas partes chegaram a um entendimento sobre a aplicação do acordo e agora sua visão e interpretação (do acordo) são as mesmas", disse Hamid Baedineyad, diretor de Assuntos Políticos e Internacionais do Ministério das Relações Exteriores do Irã e membro da equipe negociadora, informou a agência local "Tasnim".

As declarações acontecem após dois dias de negociações na Suíça das equipes técnicas de ambas as partes, nas quais ficou definido o modo para iniciar o pacto nuclear, no qual o Irã se compromete a parar parcialmente durante seis meses seu programa atômico em troca de um limitado levantamento de algumas sanções internacionais.

"Com base nas conclusões alcançadas, a aplicação do acordo de Genebra começará no último terço de janeiro", precisou Baedineyad.

Por outro lado, hoje foi anunciado em Teerã que dois políticos conservadores iranianos supervisionarão a equipe negociadora nuclear durante as próximas conversas.

Grande parte do Parlamento iraniano, controlado pelos ultraconservadores do regime islâmico, considera que os resultados das negociações não foram tão favoráveis ao Irã quanto deveriam.

Na semana passada, 201 parlamentares dos 290 que compõem a câmara propuseram a aprovação de uma norma que obrigue o governo do moderado Hassan Rowhani a aumentar o nível de urânio enriquecido a 60% desde 20% atual no caso do fracasso das negociações nucleares.

O Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, Alemanha, França e Reino Unido) alcançaram em Genebra um pacto pelo qual Teerã se comprometia, entre outras coisas, a deixar de enriquecer urânio a 20% e diluir a metade de suas reservas que alcançam esse nível.

O país também se comprometeu a deixar de instalar novas centrífugas e abrir as usinas nucleares para uma inspeção estrita do Organismo Internacional para a Energia Atômica (AIEA).

O G5+1 e Teerã se deram então seis meses para alcançar um pacto final que acabe com a polêmica nuclear.

Desde os anos 80, o Irã trabalha em um avançado programa atômico que assegura ser destinado a fins civis, concretamente à pesquisa médica e produção de energia.

A comunidade internacional, no entanto, teme que o programa oculte intenções de desenvolver uma bomba nuclear, algo que a AIEA afirma que não pode ser descartado durante suas inspeções e que Teerã nega taxativamente.

FONTE: UOL NOTÍCIAS/EFE (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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