Israel anuncia novos assentamentos após entrada da Palestina na Unesco

02/11/2011 06:25

 

Israel decidiu construir 2.000 residências em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia e congelar provisoriamente a transferência de recursos à Autoridade Palestina, como medida de retaliação pela admissão da Palestina como membro de pleno direito da Unesco, informou nesta terça-feira (1º) uma fonte oficial, que pediu para não ser identificada.

- Estas medidas foram tomadas pelo fórum dos oito principais ministros sob a presidência do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, como sanção após a votação na Unesco. Vamos construir 2.000 residências, incluindo 1.650 em Jerusalém, e o restante nos assentamentos de Maalé Adoumim e de Efrat (no sul de Belém, na Cisjordânia).

Segundo o alto funcionário israelense, Netanyahu também decidiu congelar provisoriamente as transferências de fundos destinados à Autoridade Palestina, "até que uma decisão definitiva seja tomada".

Em reação à medida israelense, o porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rudeina, afirmou que Israel "acelera a destruição do processo de paz" com sua decisão.

- Acelerar a construção de colônias equivale a acelerar a destruição do processo de paz, e o congelamento dos fundos palestinos é um roubo do dinheiro do povo palestino.

Esses recursos, de um valor aproximado de R$ 87 milhões (US$ 50 milhões) por mês, correspondem ao reembolso dos direitos alfandegários e de TVA (Taxa sobre o Valor Agregado) recolhidos sobre os produtos destinados aos palestinos que transitam pelos portos e aeroportos israelenses.

Este dinheiro assegura 30% do orçamento da Autoridade Palestina e permite pagar 140 mil funcionários públicos palestinos.

"Não é possível exigir que os israelenses sejam moderados quando os palestinos batem sistematicamente a porta na cara", explicou o alto funcionário israelense.

- Mahmoud Abbas novamente recusou-se a reconhecer Israel como um Estado judeu e realizar negociações diretas, mantendo seus esforços para ser admitido de forma unilateral na ONU.

A autoridade israelense ressaltou que as residências serão construídas em Jerusalém Oriental e nos blocos de colônias que em "todos os planos de paz apresentados no passado pela comunidade internacional devem permanecer de qualquer maneira sob a soberania israelense".

A comunidade internacional não reconhece nem a ocupação nem a anexação da parte oriental de Jerusalém por Israel e considera que todas as colônias são ilegais.

Israel sofreu uma derrota diplomática com o voto em favor da adesão da Palestina à Unesco.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura decidiu na segunda-feira em Paris pela admissão da Palestina como membro de direito pleno por 107 votos a favor, 52 abstenções e 14 votos contra.

O vice-ministro das Relações Exteriores, Danny Ayalon, criticou a Unesco, considerando que ela "se tornou uma organização política integrada por um Estado que não existe".

Segundo ele, "esta campanha dos palestinos prova que eles não querem nem a paz nem negociações, mas pretendem perpetuar o conflito".

FONTE: R7/NOTÍCIAS/INTERNACIONAL/AFP (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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