Laura Pausini ganha público com charme e gritaria em show extenso

23/01/2012 06:32

 

O primeiro show dos três da turnê brasileira (e paulistana) da cantora italiana Laura Pausini agradou a todos. Ao público, com certeza, que lotou o Credicard Hall e berrou "Linda!" e "Eu te amo!" sem parar. Mas agradou principalmente à cantora, que não queria deixar o palco.

Duas horas e 25 minutos após ter começado a apresentação e cantado mais de 30 músicas, ela ainda puxou uma versão à capela de "Agora Não", um dos muitos hits que tinha cantado no show. "Por favor, não se esqueçam de mim", disse Laura, em seu português charmoso, carregado de sotaque.

O público não vai esquecê-la, com certeza. A empolgação foi evidente, desde a abertura com "Benvenuto", faixa do recém-lançado álbum da italiana, "Inedito", e já uma das melhores de sua carreira. Laura reuniu quatro canções bem agitadas para o início do espetáculo, levantando o público das cadeiras.

"Inedito" parece ter sido aprovado por seus fãs. Tanto os antigos sucessos como as músicas mais recentes eram cantadas de ponta a ponta pelo público. "Vocês cantam mais em italiano do que os italianos", agradeceu a cantora. Na verdade, em muitas rodas de conversa no saguão de espera do Credicard Hall o idioma da prosa era o italiano. A comunidade foi em peso ao show.

Simpática até não poder mais, Laura ficou visivelmente emocionada com a entusiasmada reação da plateia. Foi se soltando mais a cada música e, na parte final do show, parecia estar em casa, brincando muito com as pessoas.

Uma vez decidido que a noite foi inesquecível para os súditos da italiana, é possível falar de alguns problemas.

Laura canta forte. Berra, mas berra muito, e às vezes a empolgação atropela seu vocal. Mas berrar nunca foi problema para inúmeras cantoras. Whitney Houston, Celine Dion e Mariah Carey estão para provar que boa parte do público venera essas moças que confundem gritaria com canto.

REPERTÓRIO

A italiana tem, como vantagem, um repertório bem melhor do que suas colegas de exagero vocal, mas correu alguns riscos nesse show.

São 32 músicas no set list. Não é fácil encaixá-las em duas horas e pouco de apresentação. Sem levar em conta que Laura fala muito com o público, talvez some uns 20 minutos do tempo no palco dedicados a colocar o papo em dia.

Assim, as músicas são mostradas em versões bem curtas, enxutas, e algumas ficam ligadas a outras, caindo em uma espécie de pout-pourri que diminui o impacto de várias canções.

"Inesquecível", "Strani Amori" e "La Solitudine", três dos maiores hits da cantora no Brasil, ficam prensados no mesmo número. Curtinhas, as músicas perdem força. Se cantadas em momentos distintos, seriam pontos altos da noite.

Outro problema é que Laura troca várias vezes de figurino, sempre com muita roupa brilhante, e para cada troca a banda fica uns minutos sozinha no palco. São inventadas algumas bossas, tipo um solo de bateria, um duelo dos guitarristas ou uma coreografia de seus bailarinos. Com o passar do show, esses momentos sem a cantora no palco começam a entediar.

Mas o público perdoa sua musa e ela é aplaudida delirantemente no final. Mais um capítulo da forte ligação da cantora italiana com o público paulistano, que ainda vai vê-la em mais duas apresentações no mesmo palco, hoje (22) e amanhã (23), com ingressos esgotados.

FONTE: UOL MÚSICA/FOLHA.COM/ILUSTRADA (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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