Maduro assume interinamente; Venezuela convoca nova eleição em 30 dias

06/03/2013 07:48

 

O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro , assumirá o comando do país interinamente depois da morte do líder Hugo Chávez , enquanto se convocam eleições para os próximos 30 dias, disse nesta terça-feira o chanceler Elías Jaua.

"Está muito claramente estabelecido o que acontece, e o que sempre defendemos, agora que se produziu uma ausência absoluta, assume o vice-presidente da República como presidente e se convocam novas eleições nos próximos 30 dias", disse Jaua em comentários televisionados, não deixando claro se a votação ocorre daqui 30 dias, como previsto pela Constituição.

Antes de viajar a Cuba em dezembro para ser submetido à quarta cirurgia relativa a um câncer, Chávez designou Maduro como seu potencial sucessor e candidato governista em caso de novas eleições. O candidato derrotado por Chávez em outubro, o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles , poderia ser o representante da oposição.

De acordo com a Constituição do país, porém, quem deveria governar interinamente no período da eleição até a posse do novo presidente eleito seria o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Diosdado Cabello.

Pouco antes do anúncio da nova votação, Jaua anunciou que a cerimônia fúnebre de Chávez será na sexta na Academia Militar de Caracas na presença dos chefes de Estado da região. O chanceler, que garantiu que o país está em normalidade após o anúncio da morte de Chávez, disse que foi decretado luto nacional de sete dias e que as aulas em todos os níveis foram suspensas pelo resto da semana.

O corpo de Chávez será levado na quarta à Academia Militar e será exposto a seus simpatizantes. O local do sepultamento ainda não foi definido.

Anúncio da morte

Com voz embargada e lágrimas escorrendo em seu rosto por diversas vezes, Maduro anunciou a morte do presidente "após uma dura batalha contra uma doença por quase dois anos " em um pronunciamento à TV. Ele não especificou a causa da morte, embora o governo tenha dito na noite anterior que uma nova e severa infecção respiratória havia enfraquecido Chávez.

Ao anunciar a morte, Maduro conclamou os venezuelanos a serem "herdeiros dignos do homem gigante" que Chávez era. "Que não haja nenhuma fraqueza, nenhuma violência. Que não haja ódio. Em nossos corações deve haver apenas um sentimento. Amor. Amor, paz e disciplina."

"Aqueles que nunca apoiaram o comandante Hugo Chávez, respeitem a dor da população. Este é o momento de pensar em nossas famílias, em nosso país."

A morte de Chávez põe fim a um governo de 14 anos e deixa um movimento político socialista em controle da nação apesar da doença de Chávez tê-lo impedido de assumir seu quarto mandato em 10 de janeiro após sua reeleição em outubro.

Horas antes de anunciar a morte de Chávez, Maduro fez um discurso inflamado contra inimigos que, alegou, tentavam minar a democracia venezuelana. Nesse pronunciamento, Maduro anunciou que a Venezuela ordenou a expulsão de dois adidos aeronáuticos dos EUA sob a acusação de conspirar para desestabilizar o país e também afirmou que havia pistas de que a doença de Chávez havia sido causada por "inimigos históricos da pátria" .

Em mostra de coesão, o ministro da Defesa da Venezuela também apareceu na televisão para anunciar que o Exército continuará leal à Constituição e a Maduro após a morte de Chávez.

FONTE: IG/ÚLTIMO SEGUNDO/MUNDO/REUTERS/AP (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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