"Mago" de Michael Jackson, Quincy Jones completa 80 anos

14/03/2013 07:42

 

Músico de jazz, arranjador, produtor e ativista, Quincy Jones completa 80 anos nesta quinta-feira (14) como uma das personalidades que revolucionou a história da música nos últimos 60 anos - e, de quebra, foi responsável pela fase áurea de Michael Jackson. O Rei do Pop recebeu a alcunha após o estrondoso sucesso dos álbuns "Thriller" e "Bad", ambos com a assinatura do "mago".

Um dos primeiros negros a ser executivo de gravadora, Quincy foi do jazz ao hip-hop, do arranjo de orquestra a hits do pop. Seja com disco solo ou apenas nas letrinhas pequenas na contracapa dos discos clássicos que produziu, ele é o recordista de indicações ao Grammy. Das 79 vezes que concorreu ao prêmio, ganhou 23 vezes.

Nascido em Chicago, Quincy viajou com big bands e tocou, aos 16 anos, com o trompetista Dizzy Gillespie. Algo até que normal para um garoto que tinha Ray Charles como amigo na adolescência.

Paixão pelo Brasil

Ao lado do trompetista Dizzy Gillespie, Quincy Jones conheceu o Brasil – e João Gilberto – em 1956. A paixão pela nossa música foi imediata, e mais fatal, mais tarde, com uma artista em especial: Simone. "Ela é a melhor. Beleza Pura", disse certa vez em português em entrevista para a TV Manchete nos anos 1990.

Com todo esse convívio, Quincy se arriscou a fazer arranjos. Deu tão certo que a lista de artistas com quem trabalhou como compositor, arranjador e produtor é extensa e estrelar: Sarah Vaughan, Arteha Franklin, Duke Ellington, Frank Sinatra, Miles Davis, Ella Fitzgerald e Peggy Lee (veja a seleção das principais músicas de Quincy no álbum abaixo.

Encontro com espantalho

Foi com um garoto negro, longe do jazz, que Quincy teve sua maior parceria. Compositor de trilhas sonoras (De "Italian Job" a "A Cor Púrpura"), o produtor trabalhava nas canções de "The Wiz", uma estranha versão de "O Mágico de Oz", com Diana Ross no papel de Dorothy e Michael Jackson como o espantalho.

Michael estava à procura de um produtor para seu próximo disco solo, que deveria soar sexy e adulto. Pediu indicação à Quincy. O produtor, por feeling, se ofereceu para o trabalho. Nascia ali uma colaboração tão importante para a música quanto a dupla Lennon/McCartney.

"Off the Wall", o disco que Michael sonhava, saiu em 1979, vendeu 20 milhões de cópias e foi aclamado pela crítica. "Rock With You" ficou mais de 20 semanas na parada, sendo quatro delas no primeiro lugar. Um feito que pareceu pequeno, mais tarde, com o barulho que a dupla fez com "Thriller" (1982).

We Are The World

A face humanitária de Quincy Jones teve seu ponto alto na legendária canção "We Are The World", de 1985, criada para angariar fundos para as vítimas da fome na Etiópia.Ele não só produziu, como teve que administrar os muitos artistas e amigos juntos. A solução foi colocar um aviso na entrada do estúdio: "Deixe seu ego na porta".

Com a esperta e fresca mistura de rock, rap e R&B, o disco vendeu impressionantes 140 milhões de cópias. "Bille Jean" foi eleita a melhor musica dançante de todos os tempos, garantiu o 1° lugar nas paradas durante 7 semanas e deu o Grammy de melhor canção de R&B e melhor performance vocal. A canção, pensada para ter "a melhor personalidade sonora", a pedido de Michael, é o single de maior sucesso de Quincy Jones.

"Desatualizado"

A parceria entre Quincy e Michael terminou após o sucesso do álbum "Bad", em 1987. O produtor foi demitido por ser considerado "desatualizado", frente às novidades que Michael buscava para o próximo álbum.

O produtor demonstrou, nos últimos anos, ainda guardar certa mágoa do episódio. "Michael era um grande artista, mas não jogava no time de artistas como Frank Sinatra, Nat King Cole, Billie Holiday, Aretha Franklin e Ray Charles", disse.

O produtor, porém, seguiu em frente. Fez discos solos, se apresentou com Miles Davis, descobriu novos artistas e investiu seu próprio nome em uma empresa de entretenimento, com braços na TV ("Um Maluco no Pedaço", com Will Smith, foi produzido por ele) e em publicações.

Reconhecido, Quincy ainda ganha, quase por unanimidade, o título de guru de Michael Jackson. Para muitos, ele é responsável em trazer à tona, no estúdio, o que o cantor tinha de melhor, e transformá-lo na lenda que entrou para a história.

FONTE: UOL MÚSICA (CLIQUE AQUI para redirecionar)

 

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