Membros do FMI pedem que organismo lidere recuperação global

25/09/2011 06:15

 

O IMFC, braço financeiro e monetário do Fundo Monetário Internacional, exortou neste sábado o organismo a rever se está preparado para um eventual agravamento da crise e para evitar grandes turbulências futuras.

Em comunicado emitido hoje, os 24 países-membros do grupo --Brasil entre eles-- pedem que o fundo tome as rédeas da recuperação global, mas, antes, verifique a adequação de seus recursos e das ferramentas para financiar e fortalecer a proteção à economia global.

Até então, o Fundo vinha insistindo estar preparado.

"Estamos todos em uma situação precária", afirmou em nome do grupo Tharman Shanmugaratnam, vice-premiê de Singapura.

"Há uma determinação coletiva muito forte de fazer o que for preciso para evitar uma escalada da crise e um período prolongado de estagnação da economia nos países avançados, que enfraqueceria a economia global."

Segundo a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o fundo trabalha num mecanismo coletivo para lidar com entradas e saídas excessivas de capitais nos países.

A intensidade do movimento, recentemente, trouxe volatilidade aos mercados emergentes e fragilizou sua capacidade de puxar uma eventual recuperação global, como aconteceu em 2008.

PERSPECTIVAS SOMBRIAS

Perspectivas sombrias de que a economia global entra em uma fase mais delicada, que pode tanto significar seu aprofundamento quanto uma longa estagnação nos países ricos, dominaram a reunião anual do FMI.

Embora o fundo reafirme sua capacidade de lidar com a crise da dívida na Europa, mais grave em países como Grécia e Itália, a desconfiança prevalece entre investidores e derruba os mercados, contagiando outros países.

Lagarde insistiu que há consenso, e não troca de acusações, sobre a necessidade de ação conjunta e ressonante. O problema é que até agora não há detalhes de como essa ação seria.

O compasso é de espera até 14 de outubro, quando há expectativa de que os Parlamentos da zona do euro passem um plano fechado em julho para salvar Atenas.

FUNDO EUROPEU

O cerne da proposta é ampliar e flexibilizar o EFSF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), que teria então os fundos necessários, junto com o Banco Central Europeu, para emitir títulos e socorrer os países em crise.

A questão, segundo o FMI, tornou-se política, e é preciso resolução rápida por parte dos países europeus.

O IMFC ressaltou ainda a necessidade de redesenhar o sistema de cotas do organismo, que não reflete o mundo atual e um maior peso das economias emergentes --bandeira brasileira que o ministro Guido Mantega (Fazenda) ressaltou em discurso.

Foi ecoado por Lagarde, para quem a reforma estrutural do fundo está atrasada.

FONTE: FOLHA.COM/MUNDO (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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