Não fizemos pressão sobre nenhum país, diz Marco Aurélio Garcia

03/07/2012 07:28

 

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta segunda-feira (02) que o governo brasileiro não fez nenhuma pressão sobre os demais países para que a Venezuela fosse incluída no Mercosul.

"Isso não corresponde ao estilo da política externa brasileira e menos ainda da presidenta Dilma", afirmou.

A declaração é feita após uma manifestação do governo do Uruguai, de que seu país não esteve de acordo com a forma como foi decidida a entrada da Venezuela no Mercosul na cúpula realizada em Mendoza, na Argentina.

Na manifestação, o governo uruguaio diz que não "foi dada a última palavra" sobre esse processo, que será revisado "judicialmente".

"Nada é definitivo", e "se todo mundo tivesse tido certeza, a Venezuela teria entrado na sexta-feira em Mendoza. Por alguma razão os países definiram o prazo até 31 de julho", afirmou o ministro das Relações Exteriores uruguaio, Luis Almagro.

De acordo com Marco Aurélio Garcia, a decisão de incluir a Venezuela no Mercosul foi proposta pelo presidente do Uruguai, José Mujica, e acatada pelos demais países. Marco Aurélio afirmou ter conversado com o presidente Mujica nesta segunda-feira e obtido confirmação do posicionamento daquele país, favorável a Venezuela.

"Foi uma decisão unânime e uma decisão que refletiu um consenso político. Portanto, não corresponde a tese de que nós teríamos feito algum tipo de pressão sobre qualquer governo. O Brasil não faz isso em relação a nenhum governo e menos ainda o faria em relação a governos com os quais nós temos uma associação tão íntima, [...] como os governos do Uruguai e da Argentina", afirmou Marco Aurélio.

Marco Aurélio Garcia fez questão de reafirmar a posição do governo brasileiro contrária a aplicação de sanções econômicas ao Paraguai.

"Nós vamos manter todos os compromissos, inclusive um que é particularmente importante que é aquele da construção da linha de transmissão entre Itaipu e Assunção, que é financiada pelo fundo do Mercosul no qual o Brasil tem uma parte essencial da sua contribuição [...] O povo paraguaio não deve ser prejudicado por nenhuma sanção de natureza econômica", afirmou.

VENEZUELA

O assessor especial Marco Aurélio Garcia informou ainda que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decidiu manter o abastecimento de combustíveis para o Paraguai. Com isso, não haveria suspensão do envio de petróleo para aquele país. "Nós apreciamos muito essa decisão", completou Marco Aurélio.

Questionado se o Brasil poderia complementar o envio de petróleo ao Paraguai, caso fosse confirmada a suspensão por parte da Venezuela, Marco Aurélio Garcia respondeu: "O Brasil não criará nenhuma dificuldade de ordem econômica, se for necessário nós complementaremos, mas não é o caso".

FONTE: UOL/FOLHA DE SÃO PAULO/MUNDO (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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