Operação para estabilizar navio da Vale só começa semana que vem

06/01/2012 06:19

 

A operação de remanejamento de cerca de 25 mil toneladas de minério de ferro nos porões do navio Vale Beijing, que serviria para estabilizar a embarcação que ameaça afundar na costa maranhense, só poderá ter início em meados da semana que vem. De acordo com a Capitania dos Portos do Maranhão, a transferência da carga só poderá ser feita depois que as cinco mil toneladas de óleo combustível que estão armazenadas no navio forem retiradas.

Enquanto isso não acontece, o navio continuará com a popa, a parte traseira da embarcação, mais afundada que a proa. Hoje a diferença entre a parte posterior do navio e a inferior é de quatro metros. Esse tipo de situação é conhecida como derrabamento no jargão da navegação e, em casos extremos, pode levar ao rompimento do navio ao meio.

O processo de retirada do óleo combustível do Vale Beijing teve início na noite de quarta-feira com o auxílio de um navio tanque cedido pela Petrobrás e a expectativa da Capitania dos Portos do Maranhão é que se estenda por cinco ou seis dias, a depender das condições do mar. A embarcação está ancorada na Baía de São Marcos, a cerca de 60 quilômetros do Porto da Ponta da Madeira, em São Luís.

Foi ali que há exatamente um mês, no dia 5 de dezembro, o Vale Beijing apresentou duas rachaduras em seu casco quando estava sendo carregado com mais de 300 mil toneladas de minério de ferro, que seguiriam para o porto de Roterdã na viagem inaugural do super graneileiro encomendado e afretado para a mineradora Vale por 25 anos.

Hoje a embarcação precisa do auxílio de três rebocadores para manter-se estável. Com a transferência de ao menos 25 mil toneladas de minério da parte traseira do navio para o meio e a dianteira da embarcação, a expectativa é de que o Vale Beijing fique mais estável. “Hoje o navio está derrabado, mas a diferença entre a popa e a proa não causou um aumento da fissura no casco ou outras avarias”, diz o comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, o capitão de Mar e Guerra Nelson Bahia Calmon. De acordo com ele, se não houver um aumento na rachadura, os riscos de naufrágio são pequenos.

Apesar disso, a STX Pan Ocean, dona da embarcação, ainda não apresentou nenhum plano à Capitania dos Portos para fazer os reparos no Vale Beijing. De acordo com Calmon Bahia, a empresa está estudando o que fazer para reparar o navio, mas ainda não os apresentou à autoridade marítma, que precisa aprovar qualquer operação envolvendo o Vale Beijing. "O conserto definitivo terá que ser feito em um dique seco, não há dúvidas, mas eles também precisarão fazer algum reparo nele antes de tirá-lo daqui", afirmou Calmon Bahia. "Até agora não fomos informados sobre esses planos"

Nesse momento a Capitania dos Portos do Maranhão também está colhendo depoimentos de todos os envolvidos no incidente para tentar entender o que fez um navio novo, em sua primeira viagem, apresentar um problema tão grave quanto a rachadura do casco. De acordo com Calmon Bahia, estão sendo ouvidos os membros da tripulação e os responsáveis pelo carregamento do navio. Tanto a Vale, que afretou a embarcação, quanto a STX Pan Ocean, a dona do navio, também serão ouvidas pelas autoridades marítimas. “Esse é um processo longo e não estamos fazendo nenhum tipo de especulação, seria leviano agora”, afirmou o comandante da Capitania dos Portos.

FONTE: IG/ECONOVIA (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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