Países desenvolvidos não foram capazes de responder à crise, afirma Dilma

02/10/2012 06:39

 

A presidente Dilma Rousseff voltou a destacar o crescimento do Brasil em meio à crise financeira internacional e a criticar as políticas dos países desenvolvidos para fazer frente à recessão. A governante, que participou nesta segunda-feira (1º) da premiação “As empresas mais admiradas no Brasil”, promovida pela revista Carta Capital em São Paulo, também elogiou a papel dos empresários e da indústria no que chamou de “novo Brasil”.

“O Brasil mudou. Esse país de cidadãos consumidores é um país diferente. O grande sonho do país é ter uma classe média forte, que ficará cada vez mais exigente em relação aos serviços públicos e privados. Esses serviços entregues ao consumidor têm de ser de boa qualidade”, afirmou a presidente, destacando o “papel dos empresários” neste cenário.

Dilma voltou a afirmar que um dos grandes empecilhos “para que os ventos soprem completamente a nosso favor” é a resposta dada pelos países desenvolvidos à crise financeira internacional.

“Os países desenvolvidos não foram capazes de responder à crise. A opção por políticas fiscais ortodoxas e, ao mesmo tempo, a opção por austeridade compulsiva têm produzido mais recessão e desemprego, e produz muita desesperança entre aqueles que veem seus direitos reduzidos depois de conquistados”, afirmou a presidente, que em seguida criticou a valorização artificial das moedas. “Não existe nada mais mortal para a competição do que uma taxa de câmbio desvalorizada.”

Em meio a essa conjuntura, Dilma afirmou que “temos nos saído melhor do que muitos países” e reiterou que o Brasil “continuará crescendo”.

Entre as medidas tomadas pelo governo para promover o crescimento, a presidente citou a redução do IPI e a criação dos regimes especiais de tributação, além da desoneração dos bens de capital.

Um dos itens que mereceu especial atenção da presidente foi a redução das tarifas de energia elétrica. Dilma defendeu a renovação das concessões no lugar da abertura de novas licitações. 

“Hoje temos 14 milhões de pessoas sem energia elétrica. Basicamente população rural. [A chegada da energia a essa população] fica por conta das empresas distribuidoras. Queremos a redução de encargos e a renovação das concessões com transferência dos valores amortizados para o bolso do consumidor”, continuou Dilma.

Presidente diz que país é exemplo de 'crescimento e inclusão social'

A presidente ainda citou programas de seu governo, como o Brasil Sem Miséria, que vai “erradicar a pobreza por meio da transferência de renda”; o Ciência Sem Fronteiras, o ProUni e o Reuni, pois “o caminho para o jovem é a educação”.

Assim, Dilma também defendeu uma ampliação do percentual do PIB destinado à educação –hoje, estabelecido em 10%. “Nós temos de assumir o compromisso de ampliar o gasto com educação, pois a educação é estratégia central para o desenvolvimento no século 21. É elemento fundamental para que a classe média seja consistente, para termos massa crítica para inovar e investir em tecnologia e inovação”, disse.

Dilma mencionou que o Brasil é lembrado no mundo inteiro como exemplo de país que une “crescimento e inclusão social”, o que elevou a renda de 40 milhões de brasileiros nos últimos anos. “Eu tenho certeza que o Brasil está em uma outra fase, e não optaremos por não incorporar milhões de brasileiros ao consumo.”

O evento contou ainda com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; dos ministros Guido Mantega (Fazenda), Celso Amorim (Defesa) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento); do governador da Bahia, Jacques Wagner; e do empresário Eike Batista, que venceu em 1º lugar no ranking de líder empresarial do Brasil.

“Eu penso no Brasil 50 anos para frente, penso no Brasil que já deu certo. E gostaria de parabenizar a presidente Dilma por tomar as decisões necessárias para transformar o Brasil num país ainda melhor. Eu enxergo um Brasil mais junto e menos desigual. O país dispõe de um grande arsenal para promover o desenvolvimento”, disse o empresário.

Cabo eleitoral

Antes de participar do evento, Dilma foi, pela primeira vez, a um comício do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, realizado em Itaquera, zona leste da cidade. “Não tem como dirigir o Brasil sem meter o bico em São Paulo”, afirmou a presidente na ocasião.

A declaração foi uma resposta ao candidato do PSDB José Serra, que em 12 de setembro disse que Dilma “não deveria meter o bico na eleição em São Paulo”.

“Estou aqui hoje metendo o meu bico nesta eleição de São Paulo, que é uma cidade muito importante. É a cidade mais importante do país e uma das mais importantes do mundo. Não tem como dirigir o país sem meter o bico em São Paulo”, declarou Dilma.

FONTE: UOL NOTÍCIAS/ECONOMIA (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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