Programa de monitoramento dos EUA evitou ataques, diz chefe de inteligência

13/06/2013 09:05

 

O diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) e chefe do comando cibernético americano, Keith Alexander, disse nesta quarta-feira que os programas anteriormente secretos de interceptação de dados dos EUA impediram dezenas de ataques terroristas, explicitamente descrevendo ao Congresso como os sistemas de monitoramento atuavam para coletar registros telefônicos e para acessar atividades online  dos usuários da internet.

Em uma defesa vigorosa dos programas de vigilância, Alexander disse que o público precisa entender como os eles operam em meio a crescentes preocupações de que os esforços governamentais para manter a segurança da nação estão invadindo a privacidade e as liberdades civis dos americanos .

"Realmente acredito ser importante deixar isso claro e quero que a população dos EUA saiba que tentamos ser transparentes, proteger as liberdades civis e a privacidade, mas também a segurança desse país", disse Alexander a um painel do Senado.

Líderes do Congresso e membros da comissão de inteligência foram rotineiramente informados sobre os programas de espionagem, disseram autoridades, e o Congresso renovou ao menos por duas vezes leis que os aprovam. Mas a revelação sobre seu escopo amplo chocou alguns legisladores e aliados estrangeiros de nações com rígidas proteções de privacidade e fortaleceu defensores das liberdades civis que há muito tempo acusam o governo de ser muito invasivo em nome da segurança nacional.

Alexander disse que fornecerá informações adicionais à Comissão de Inteligência do Senado na quinta e espera ter o máximo de detalhes dentro de uma semana. Ele afirmou querer que a informação seja verificada primeiramente por outras agências para ter certeza de que os detalhes estão corretos.

Mas ele também alertou que as revelações sobre a rede espiã erodiram as capacidades da agência e, como resultado, os aliados dos EUA e os americanos não estarão tão seguros quanto estavam há duas semanas.

"Algumas dessas informações ainda continuarão confidenciais e devem ser porque, se contarmos aos terroristas toda forma pela qual vamos rastreá-los, conseguirão burlar o sistema e americanos morrerão", disse, acrescentando que prefere ser criticado por pessoas que pensam que ele esconde algo a "prejudicar a segurança desse país".

Ele foi questionado à exaustão por senadores que buscam informações sobre quantos dados exatamente a NSA coleta e sobre o apoio legal para as atividades. Ele não deu detalhes sobre as conspirações terroristas que disse terem sido evitadas.

Delator

Do outro lado do mundo, Edward Snowden , o ex-técnico da CIA e ex-funcionário de uma prestadora de serviços de defesa da NSA que fugiu para Hong Kong após vazar os documentos, disse não estar lá para se esconder da justiça e que tem confiança de que "as cortes e a população de Hong Kong decidirão meu destino". "Não sou nem traidor ou herói. Sou um americano", disse Snowden ao jornal South China Morning Post.

Snowden disse em uma entrevista publicada nesta quarta que não ousou contatar sua família ou sua namorada desde que revelou ser o autor do vazamento dos documentos da NSA. "Estou preocupado com a pressão que estão sentido do FBI (polícia federal americana)", disse. O FBI visitou a casa de seu pai na Pensilvânia na segunda.

Snowden ressurgiu no jornal chinês depois de sair de vista desde domingo. Ele disse querer lutar contra o governo dos EUA nas cortes de Hong Kong e ficar no território até que lhe peçam para sair. Hong Kong é uma região autônoma chinesa que mantém um sistema legal em estilo ocidental e liberdade de expressão.

Autoridades policiais americanas disseram que estão montando um caso contra Snowden, mas ainda têm de apresentar as acusações. Hong Kong tem um tratado de extradição com os EUA; há exceções em casos de perseguição política ou quando há preocupações sobre tratamento cruel ou humilhante.

Snowden disse ao jornal de um local não revelado que não tem nenhum plano de partir. "Tive muitas oportunidades de fugir, mas preferi ficar e lutar contra o governo americano na justiça, porque tenho fé no Estado de direito de Hong Kong", afirmou.

FONTE: IG/ÚLTIMO SEGUNDO/MUNDO/AP (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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