Protestos de centrais sindicais bloqueiam rodovias em 17 estados

12/07/2013 07:48

 

As mobilizações convocadas por centrais sindicais para esta quinta-feira (11), Dia Nacional de Lutas, reuniram milhares de pessoas e bloquearam rodovias em 17 Estados do País. Ao todo foram registradas 66 interdições em trechos de estradas federais no Rio Grande do Sul, Alagoas, Pernambuco, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Piauí, Espírito Santo, Mato Grosso, Bahia, Ceará Goiás, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe, de acordo com balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Foram fechadas, por exemplo, estradas como a BR104 (Alagoas), BR101 (Paraíba), BR324 (Bahia) e BR428 (Pernambuco). O Rio Grande do Sul foi o estado com mais ocorrências de bloqueios de rodovias, com 19 interdições. Isso sem contar, no entanto, as rodovias estaduais. No Sudeste, para se ter uma ideia, ficaram bloqueadas Dutra, Anhanguera, Ayrton Senna e Régis Bittencourt e Rio-Santos.

Apesar de as manifestações terem se espalhado por diversas cidades do Brasil, não se repetiram cenas de caos no trânsito como as registradas durante a onda de manifestações apartidárias de junho deste ano. Isso porque várias categorias, de metalúrgicos, trabalhadores do transporte, construção civil, servidores públicos, entre outras, suspenderam o trabalho. Além disso, as manifestações de rua reuniram no máximo 10 mil pessoas cada, número inferior aos registrados no mês passado em várias cidades nos protestos apartidários.

O movimento chamado por centrais sindicais visa a pressionar o governo federal a aceitar a pauta unificada dos sindicalistas, que inclui redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário. Ainda assim, os protestos foram suficientes para afetar o transporte público em algumas capitais como Porto Alegre e Belo Horizonte e afetar as operações em portos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

Estados

Em São Paulo, a principal manifestação convocada pelas centrais, na avenida Paulista, chegou a ter cerca de 7 mil pessoas, segundo a polícia. O grupo interditou a via, caminhou pela rua Consolação e encerrou o ato na Praça da República. Apesar disso, a capital paulista não registrou mais de 7 km de lentidão. O transporte público na cidade também não foi afetado, já que funcionários do Metrô e motoristas de ônibus trabalharam normalmente.

"Os protestos do mês passado fizeram reivindicações sem uma plataforma política, sem um partido. Hoje eles estão pedindo as mesmas coisas, mas sem a mesma força", disse o auxiliar administrativo Hermes Pereira, que observava com ceticismo a manifestação na principal via de São Paulo.

Além disso, as principais rodovias que servem a capital paulista, como Dutra, Anhanguera, Ayrton Senna, Régis Bittencourt e Rio-Santos foram bloqueadas, apesar de liminar obtida na véspera pela Advocacia Geral da União que impedia o fechamento de estradas federais de São Paulo, sob pena de pagamento de multa de 100 mil reais por hora.

O trânsito foi um pouco mais afetado no Rio de Janeiro. Cerca de 2.500 pessoas protestaram na região central da cidade e interromperam tráfego na avenida Presidente Vargas e Rio Branco. Eles caminharam até a Cinelândia pacificamente, mas a polícia usou grande quantidade de bombas de efeito moral contra um pequeno grupo e houve confusão. Os acessos a estações de metrô da capital fluminense chegaram a ser fechados na região.

Em Brasília, cerca de mil pessoas protestaram no gramado em frente ao Congresso Nacional depois de uma passeata na capital federal. Por precaução, cerca de 700 homens da Polícia Militar fizeram cordão de isolamento no Planalto Central. Em Belo Horizonte,

Manifestações também aconteceram em cidades de Minas Gerais, como Contagem, na região central do Estado; Ipatinga, no Vale do Rio Doce; Governador Valadares, no interior mineiro; Varginha, no Sul de Minas Gerais, entre outras. Na capital Belo Horizonte, um grupo de 6 mil pessoas saiu em passeata por diversas regiões da cidade. Eles protestaram em frente a prédios considerados símbolos de poder, como a prefeitura, a Assembleia Legislativa e a sede do Banco Central (BC) - do qual os manifestantes conseguiram retirar as bandeiras oficiais e estender outras de entidades que participavam do ato, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O metrô não funcionou na capital mineira - apesar de decisão judicial determinar escala mínima para operação dos trens - e rodoviários impediram que ônibus deixassem as Estações BHBus Barreiro, Venda Nova e Diamante, onde são feitas ligações de linhas de bairros mais afastados com a região central.

Em Porto Alegre, todos os 1,7 mil ônibus deixaram de circular, o que afetou o transporte de 1,2 milhão de pessoas. Outros serviços como o trem metropolitano e os ônibus intermunicipais, também não funcionaram, interrompendo o fluxo de trabalhadores e estudantes em toda a região.

Ao meio-dia, os poucos profissionais liberais e funcionários de escritórios que encararam o expediente porque se deslocaram em automóveis próprios ou de carona tiveram de formar filas para almoçar nos raros restaurantes que abriram suas portas.

Comércio

O comércio em geral foi pouco afetado, informam associações representativas da classe. Os principais problemas foram relacionados à redução nas chamadas compras por impulso e atrasos ou faltas de funcionários.

De acordo com o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato, manifestações como as de hoje levam muitas pessoas a ficarem em casa, o que reduz o volume de vendas não planejadas. "Certamente houve uma queda de maneira geral no volume de compras."

Ele explicou ainda que regiões como a da avenida Paulista, um dos principais palcos dos protestos, são especialmente afetadas por essa redução. "A Avenida é uma grande vitrine", prosseguiu. "Se não há gente andando, não há vendas". Segundo ele, ainda não há dados concretos sobre a redução no volume de vendas.

O Sindicato dos Lojistas do Comércio (Sindilojas) da capital gaúcha estimou, por exemplo, que só 30% das lojas da cidade, a maioria nos bairros, funcionaram e, mesmo assim, com raros clientes dentro delas.

FONTE: IG/BRASIL/AGÊNCIA BRASIL/AGÊNCIA ESTADO/REUTERS (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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