Relator do mensalão diz que Marco Aurélio é 'obstáculo' à presidência do STF

29/09/2012 06:37

 

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, reagiu nesta sexta-feira (28) às críticas feitas pelo também ministro do STF Marco Aurélio Mello, que o acusou de destempero e pôs em dúvida seu desempenho como futuro presidente da Corte. As críticas começaram quando ambos protagonizaram áspera discussão durante o julgamento do mensalão .

“Um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello. Para comprová-lo, basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos últimos dez ou 12 anos”, disse Joaquim Barbosa em nota à imprensa.

Com a aposentadoria do presidente, ministro Carlos Ayres Britto, em novembro, quando atinge a idade limite de 70 anos, Barbosa, atual vice-presidente, é o candidato natural a assumir o comando do STF. Embora seja tradição na casa, a condução do vice à presidência precisa ser confirmada por votação entre os ministros da Corte.

Barbosa diz que, se assumir a presidência do STF, não tomará "decisões rocambolescas e chocantes para a coletividade" e também não adotará posições "de claro e deliberado confronto para com os poderes constituídos, de intervenções manifestamente gauche, de puro exibicionismo".

O ministro ainda afirma que, ao contrário de quem o critica, conquistou o posto de ministro do STF por esforço acadêmico e profissional. “Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar", diz. Marco Aurélio foi indicado ao STF na década de 1990 por seu primo, o então presidente Fernando Collor de Mello.

A discussão entre os ministros começou na última quarta-feira (26), quando Barbosa insinuou que o revisor Ricardo Lewandowski estava fazendo "vista grossa" a evidências do processo . Marco Aurélio sugeriu a Barbosa que policiasse suas palavras, e este reagiu, dizendo não tolerar hipocrisia. Os ânimos só foram acalmados após intervenção do presidente Ayres Britto e do decano Celso de Mello, que ressaltaram a importância de opiniões diferentes no órgão colegiado.

FONTE: IG/ÚLTIMO SEGUNDO/POLÍTICA/AGÊNCIA BRASIL (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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