Seu Jorge mostra releituras de Tim Maia e Kraftwerk, e Aloe Blacc faz melhor show de festival no Rio
29/08/2011 08:10"Este projeto a gente fez para tocar música que a gente gosta". Assim definiu Seu Jorge o Almaz, com quem o cantor carioca se apresentou no último dia do festival Back2Black. Reunindo músicos da Nação Zumbi, o projeto faz releituras de Tim Maia, Michael Jackson, Kraftwerk, Roy Ayers, entre outros.
Seu Jorge abriu a apresentação cantando e tocando flauta com "Errare Humanum Est", de Jorge Ben Jor, para emendar "Saudosa Bahia", de Noriel Vilela. As canções, encorpadas com bateria de Pupilo, guitarra de Lúcio Maia, baixo de Dengue e percussão de Gustavo da Lua, ganham um ar psicodélico e por vezes mais pesado, semelhante ao som da Nação Zumbi.
O cantor contou à plateia que o Almaz surgiu a partir de um encontro gravando trilha para o filme "Linha de Passe", de Walter Salles, em 2007. A reunião rendeu o álbum "Seu Jorge and Almaz", lançado fora pelo selo Now-Again, da gravadora Stones Throw Records. Ao vivo, o projeto foi apresentado primeiro no exterior e pôde ser visto no Brasil apenas no início deste ano.
Depois de "Cirandar", de Paula Lima, a banda mostrou versão da sombria "The Model", do Kraftwerk. Na sequência, Seu Jorge cantou seu único hit solo da noite, "Carolina", que parecia um presente para parcela do público que estava no local para ver outro show de Seu Jorge, o de samba rock.
O cantor ainda operou um sintetizador em releitura da bonita "Everybody Loves the Sunshine", de Roy Ayers, que foi seguida de "Pai João", da Tribo Massaí, "Cristina", de Tim Maia, "Rock With You", de Michael Jackson, e da versão do cantor para "Ziggy Stardust", de David Bowie, cantada por grande parte do público.
Seu Jorge pouco falou durante a apresentação, mas próximo ao fim dela estava mais solto. O cantor fechou a noite com duas músicas seguidas de Jorge Ben Jor, "Xica da Silva" e "Mas que Nada". Levantando uma cerveja em brinde junto ao público, ele deixou o palco para voltar no bis com "Pai João", "aquela que todo mundo sabe cantar, tá enjoado já", brincou.
Abrindo para Seu Jorge & Almaz, o jovem cantor californiano Aloe Blacc fez a melhor apresentação do festival. Dançando o tempo todo, e muito bem, pedindo ao público que fizesse passos com ele, o cantor mostrou em pouco mais de uma hora repertório soul baseado em seu último álbum, "Good Things", de 2010. Blacc já trabalhou com hip-hop antes de soul. Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", disse que "o hip-hop está crescendo --e quando você fica mais velho, quer se expressar de novas maneiras. O meu interesse se virou para a música tocada ao vivo".
Acompanhado de duas backing vocals e dos metais de uma banda que inclui um brasileiro no violão, Fabiano Nascimento, Blacc abriu a apresentação com "Hey Brother", cantou "You Make Me Smile", "Green Lights" e sua versão de "Femme Fatale", do Velvet Underground.
Durante o sucesso "I Need a Dollar", música de abertura do seriado da HBO “How to Make it In America”, perguntou se o público gostava de reggae e cantou trechinho de "No Woman No Cry", de Bob Marley. "Reggae é bom para a alma", disse. "O soul está em vários tipos de músicas."
Blacc ainda pediu que a plateia abrisse espaço para formar uma fila ao estilo da feita pelos dançarinos no lendário programa norte-americano "Soul Train", e seu show teve até uma intervenção ragga de uma das backing vocals. Ao fim, Blacc cantou outro sucesso seu, "Loving You is Killing Me", e retornou no bis com versão de "California Dreamin".
O cantor de 32 anos se apresenta nesta terça-feira na versão paulistana do festival.
BACK2BLACK EM SÃO PAULO
Onde: Bourbon Street
Quanto: R$ 70 (pista) e R$ 120 (mesa)
30/08 - Terça-feira
- Tinariwen
- Aloe Blacc
FONTE: UOL MÚSICA (CLIQUE AQUI para redirecionar)
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