Torcedor pede demissão para seguir o Palmeiras e se frustra com fuga do time em Salvador

18/10/2012 07:28

 

Adaílton Alves, 28 anos, baiano e palmeirense, sem emprego. A ficha à primeira vista pode parecer de qualquer um que busca uma vaga no mercado de trabalho e que, como todo bom brasileiro, gosta de futebol e escolheu se unir a uma nação de cerca de 16 milhões de torcedores; Nesse caso, no entanto, a descrição é de um torcedor fanático que foi capaz de pedir as contas de seu cargo só para poder dar força ao time de coração nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.

Natural de Salvador, ele aproveitou a passagem do time pela sua terra natal e foi até o aeroporto para acompanhar o desembarque, que aconteceu à 0h24 de quarta-feira. Os planos, no entanto, foram em vão por causa da fuga da delegação pela pista, tudo para evitar protestos e problemas com torcedores revoltados. Desta vez, no entanto, além de Adaílton, outros poucos torcedores, um deles de Goiás, que passava pela cidade apenas para fazer vestibular, queriam tirar fotos, cumprimentar e ganhar o autógrafo de seus ídolos, apesar da péssima fase no Brasileiro.

"Eu pedi as minhas contas, brigo com minha mulher que tem ciúme e desconfia de mim, mas eu faço tudo pelo Palmeiras. Fui para Recife (assistir ao jogo contra o Náutico), estarei em Pituaçu e já estou vendo a passagem promocional para ir a São Paulo e depois para Araraquara. E se não der eu vou de carreto, vou de carona, eu sempre dou o meu jeito", disse Adaílton no saguão do aeroporto.

O prêmio para os insistentes torcedores, antes do relógio determinar a mudança do dia, foi o encontro com Marcos Assunção. O volante estava se recuperando de uma lesão em São Paulo e se junto aos colegas apenas a menos de 24 horas do jogo. 

Com um cartaz que dizia que o amor não tinha fronteiras, Adaílton foi até o líder do elenco e, sem se intimidar, abraçou o batedor de faltas, lembrou do gol feito por ele em Pituaçu no ano passado, na vitória por 2 a 0, e deu um discurso inflamado, que recebeu agradecimentos por parte do jogador.

"Assunção, você tem que saber que aqui não tem nada de torcedor organizado, aqui é palmeirense de verdade. E a gente te apoia, a gente está aqui para te ajudar. O único protesto que vamos fazer é se cair de verdade. Se não cair, a gente não vai fazer nada, a gente vai apoiar", disse ele.

O aeroporto, aliás, marcou o encontro de diversas "personalidades" palmeirenses. Lucas Silva, por exemplo, deu uma boneca de estimação a Assunção. Com o nome de Tinoco, o item era considerado de sorte por uma família que preferiu dar ao Palmeiras. Outro fez parte da série de reportagens de 2002, quando o Palmeiras caiu para a Segunda Divisão. O fanático esteve na grade do Barradão na trágica derrota para o Vitória que decretou o descenso.

Pelo menos nessa fase conturbada, independente de onde tem descido e de quem o espera, o Palmeiras desembarca pela pista sem nem avaliar a possibilidade de dar carinho aos fanáticos torcedores que se espalham pelo Brasil. Tudo para evitar a violência que é praticada, na maioria dos vezes, por um pequeno grupo de no máximo 30 torcedores.

FONTE: UOL ESPORTE/FUTEBOL (CLIQUE AQUI para redirecionar)

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